A região Central do Rio Grande do Sul é composta por 19 municípios , sendo a cidade de Santa Maria a capital da área. A história da região é muito bonita e, nas palavras de nosso imortal poeta Barbosa Lessa, diz o seguinte:
“Quando o Tratado de Madri determinou que as Missões dos Sete Povos passassem pra Portugal, logo o Brasil teve o problema de ocupá-las com gente sua, leal. Se preciso, viria gente do Reino, dos Açores, da Madeira.
O problema era chegar. Se subisse de Rio Grande pelos campos da Campanha, o português toparia com os índios missioneiros, à altura de Santa Tecla, e a esta altura em pé de guerra. Se saísse de Laguna, pelo passo do Pelotas, teria de cruzar todo o Planalto, em diagonal, até Missões; o declive era suave, rio nenhum pra atrapalhar, mas a distância era muita e, no caso de uma guerra, era difícil voltar. A solução foi achada pela Lagoa dos Patos: navegar até o Guaíba (no Porto de Viamão) e subir o Jacuí até onde pudesse dar.
Chegaram até o rio Pardo mas, aí, a guerra esquentou, com os guaranis dizendo não. Os soldados de Rio Grande se mudaram pra Rio Pardo. Houve a guerra missioneira, morreu Sepé Tiaraju, conquistaram São Miguel, mas, no final desta história, ficou o dito por não dito: eram da Espanha as Missões!
O centro do Continente ficou sediado em Rio Pardo, agora vila importante com seu quartel de Dragões. Nas terras de vizinhança, o Rei doou sesmarias pra quem quisesse estanciar (parar) e quisesse criar gado (não simplesmente caçar). E os casais de agricultores que chegaram dos Açores, deu o Rei pequenas datas, pequenas porções de terra, onde o trigo cresceu lindo e foi levado por barco a Porto Alegre dos Casais. Junto às datas, que cresciam, foram surgindo capelas: Santo Amaro... Bom Jesus... São José do Taquari. Tranqüila gente açoriana, pura cepa lusitana, devoção pelo Divino, procissão do Senhor Morto.
Tudo seria bonito se se pudesse ter paz. Mas, desde 63, com a tomada de Rio Grande pelo exército espanhol, e com a fuga do governo pra Capela de Viamão, dependia de Rio Pardo a resistência lusitana. Defender a qualquer custo as barrancas do Jacuí! Voltou-se um canhão pra o Sul: a Campanha, em mãos de Espanha, com o forte de Santa Tecla (nas imediações de Bagé). E o outro apontou pra Oeste: as Missões dos Sete Povos, com o forte de São Martinho (acima de Santa Maria).
Rafael Pinto Bandeira, e seu leal Cabo Duro, foram os heróis da guerrilha. Talaram a Zona-Sul até o rio Jaguarão. Se a coisa ficava preta, se vinham de caravolta se garantir no Rio Pardo. Mas terminaram arrasando Santa Tecla e São Martinho. E Rio Pardo, vitoriosa, foi nossa ‘Tranqueira Invicta’.
Este também é o Rio Grande, das minas de São Jerônimo, arrozais de Cachoeira, e da maria-fumaça fervendo em Santa Maria da Pedra Grande, em São Pedro, onde inscrições milenares vêm dos vikings, dos fenícios ou, quem sabe, daqui mesmo. E onde até o arvoredo - por tanto amor ao Rio Grande - vai se transformando em pedra... de tal durabilidade que há de ser, sempre, Rio Grande, com vigor de Eternidade!”
E é esta região que iremos apresentar um estudo sobre a imprensa local, que desde 1934 vem contando a história de seu cotidiano, através do jornal A Razão.
SANTA MARIA
Conta a lenda que uma tribo de índios Minuanos estabeleceu-se onde hoje é Santa Maria, local que chamavam Ibitory-Retani (terra da alegria). Certo dia, aproximaram-se da aldeia guerreiros brancos que foram vencidos pelos indígenas. Um dos prisioneiros foi alvo do amor da Imembuí, filha das águas. A índia, filha do cacique, disse ao pai que o amava e Morotin, como era chamado o branco Rodrigues, foi poupado e casou-se com Imembuí. Esta seria a história de Santa Maria, segundo a lenda.
A primeira referência escrita que se conhece sobre a região em que se assenta a cidade, pertence ao engenheiro e astrônomo José de Saldanha, que chegou ao local a 15 de abril de 1787 à frente de uma partida da Comissão Demarcadora de limites entre Espanha e Portugal. Essa comissão foi instituída pelo Tratado de Santo Ildefonso, em 1777. Saldanha acampou nas margens do Passo d’Areia onde hoje está o hipódromo e descreveu o local com o nome de Rincão de Santa Maria. No entanto, não fez a menor citação sobre a existência de índios ou brancos, como povoadores do local.
Em 1789 o território do município foi distribuído em sesmaria. Isso provocou desentendimento entre espanhóis e portugueses, pertencentes à Comissão Demarcadora de Limites. A segunda subdivisão comandada pelo coronel Francisco João Rócio, que se encontrava em Santo Ângelo, recebeu ordens para recolher-se à proteção da Guarda Portuguesa do Passo dos Ferreiros.
Acampando em novembro de 1797, num terreno da estância do padre Ambrósio José de Freitas, a subdivisão começou a formar o núcleo povoador da cidade. Por isso, a rua do Acampamento, tão falada e conhecida dos gaúchos, mantém esse nome até o presente, numa homenagem aos homens do coronel Rócio, que ali acamparam, mais ou menos onde hoje está localizada a Prefeitura Municipal.
Em 28 de julho de 1810 o Oratório do acampamento de Santa Maria da Boca do Monte era elevado à categoria de Curato. No entanto, somente quatro anos depois é que o padre Antônio Lopes tomou posse com Cura. Quando Cachoeira do Sul foi elevada à categoria de vila e posteriormente a município, em 26 de abril de 1819, Santa Maria da Boca do Monte passou a constituir-se no quarto distrito de Cachoeira, com dois subdistritos.
Mas Santa Maria crescia e a 16 de novembro de 1857 foi elevada à condição de Freguesia, para finalmente, em 17 de maio de 1858 chegar à categoria de cidade, com a emancipação política. Nesta data foi instalada sua primeira Câmara Municipal, presidida pelo coronel José Alves Valença.
Santa Maria já foi conhecida como Cidade Ferroviária e Coração do Rio Grande do Sul. Porém, a partir de 14 de dezembro de 1960, com a criação da Universidade Federal, em conseqüência do decreto lei nº 3834-C, Santa Maria passou a ser conhecida como o maior centro universitário do interior do país.
A criação da universidade deu-lhe logo a consciência de que se iniciava uma nova era no ensino superior brasileiro, especialmente porque do centro do Rio Grande do Sul deveria influir, relativa e racionalmente, no cenário nacional do ensino. Desde a fundação, a universidade vem mantendo os melhores resultados quanto à rentabilidade dos recursos humanos e materiais.
Faculdades particulares agregadas à UFSM juntamente com as Faculdades de Farmácia, Medicina, Odontologia e Engenharia e Arquitetura, então ligadas ao sistema federal de ensino, através da UFRGS, e mais tarde, as faculdades de Belas Artes, Veterinária e Agronomia passaram a formar o conjunto pioneiro na interiorização do ensino superior. Desta forma, Santa Maria passou a concorrer para o desenvolvimento sócio-econômico e educacional do Rio Grande do Sul, especialmente das regiões mais diretamente abrangidas pela zona de influência da Universidade, composta por 126 municípios, numa área total de 152.209 quilômetros quadrados e uma população de mais de três milhões de habitantes.
Conhecida como o Coração do Rio Grande, Santa Maria está localizada na região centro-oeste do Estado, entre a Serra Geral e a planície que forma a chamada Depressão Central. A 290 quilômetros de Porto Alegre, Santa Maria é uma cidade de fácil acesso. Tem ligação rodoviária direta com todos os principais pontos do Estado, desde a fronteira com Argentina e Uruguai à divisa com Santa Catarina.
A população da cidade é formada por 226.226 habitantes fixos e mais uma população flutuante de aproximadamente 20 mil pessoas, formada pelo contingente militar e estudantes que procuram o ensino de 2º grau e a formação universitária. É uma população ativa, que traz para a cidade culturas de todos os cantos do país. Além disso, Santa Maria oferece muitas atrações turísticas, como prédios históricos, eventos culturais, monumentos antigos e belezas naturais. Possui uma boa rede de restaurantes, bares, hotéis, além da maior concentração comercial do Rio Grande do Sul.
Apesar de ser pólo educacional, Santa Maria tem uma população de analfabetos estimada em 22.553 habitantes, cerca de 10% da comunidade. Sua renda per capita é de R$ 2.867,26 e o PIB é de US$ 626.935.000.
A Razão
O jornal A Razão foi fundado em Santa Maria em 1934, por Clarimundo Flores e outros políticos, com o objetivo maior de difundir as idéias de Oswaldo Aranha. A implantação do jornal foi financiada pelo Coronel Flodoaldo Silva, prestigioso estanceiro de Uruguaiana e um dos mais ardorosos defensores das idéias do eminente político alegretense.
Desde os primeiros momentos de seu surgimento, A Razão teve a melhor acolhida e apoio, não apenas da comunidade santa-mariense, como de vários municípios da região centro-oeste e da fronteira do Estado. Mais tarde, quando Assis Chateaubriand já incorporara aos Diários e Emissoras Associados o Diário de Notícias e a rádio Farroupilha, em Porto Alegre, A Razão passa a integrar a cadeia associada.
Os fenômenos sócio-econômicos e políticos foram evoluindo, ora em favor de uns, ora em detrimento de outros, e os veículos associados do Rio Grande do Sul foram sendo fechados.
A Razão, segundo tudo indica, teria o mesmo destino. Em fins de 1981, com sua credibilidade bastante abalada, sobretudo por problemas administrativos, o jornal se aproximou do fechamento. No entanto, em agosto de 1982 surge em Santa Maria uma nova razão social - a Empresa Jornalística De Grandi Ltda -, integrada por Luizinho De Grandi, Zaira Silveira De Grandi e Celito De Grandi. Esta empresa adquiriu dos Diários e Emissoras Associados o combalido acervo de A Razão e, ao final do seu primeiro ano de operações, já estava restaurada a credibilidade do jornal em toda a sua grande área de penetração.
Em 1995, o jornal vive uma nova fase, de dinamismo gráfico, agilidade de informação e de cobertura jornalística, de crescimento e aprimoramento editorial. Nessas mudanças, os empresários jornalísticos importaram um moderno equipamento de impressão offset, que permite ao jornal, além da melhoria na qualidade gráfica, maior agilidade, capaz de fazer, por exemplo, com que circule em Porto Alegre nas primeiras horas da manhã.
A informatização da empresa, com computadores de última geração, propiciou maiores e melhores recursos, inclusive com a interligação entre a sede e as sucursais .
A Razão é um jornal diário, que circula de terça-feira a sábado, tablóide (38 cm x 29 cm), com, em média, 30 páginas, impressão offset, uma cor (preto), com tiragem de 16.800 exemplares, sendo 12.800 assinaturas, 3.000 vendas avulsas e mil cortesias. O preço de capa é de R$ 0,80 e a assinatura anual R$ 108,00 .
O jornal é dividido em cinco colunas e o preço do cm/col da página indeterminada é comercializado a R$ 4,93. A tabela de preços é assim classificada:
CADERNO NORMAL (5 colunas)
Página Preço dia útil Preço sábado/domingo
Indeterminada R$ 4,93 R$ 5,69
Determinada R$ 6,23 R$ 7,03
Primeira página R$ 19,72 R$ 26,28
Terceira página R$ 13,53 R$ 15,96
Quinta página R$ 10,93 R$ 13,20
Sétima Página R$ 8,67 R$ 11,19
Nona página R$ 7,62 R$ 8,95
Última página R$ 9,84 R$ 11,74
Convites para enterros, missas, agradecimentos R$ 4,18 R$ 4,44
Publicações legais (editais,etc) R$ 5,50 R$ 6,87
Reportagens/Apedidos 30% a mais da página escolhida -
Página Social R$ 8,75 R$ 11,19
Segundo A.R. R$ 4,93 R$ 5,85
A.R. Repórter - R$ 5,85
Participações sociais R$ 4,23 R$ 4,93
CLASSIFICADOS
Econômico/balcão R$ 2,10 R$ 2,77
Destacado R$ 2,71 R$ 3,59
Negativo/Grisê R$ 3,13 R$ 4,01
Imobiliárias R$ 1,94 R$ 2,11
A equipe de produção do jornal é composta por nove jornalistas formados, 10 estudantes de jornalismo da Universidade Federal de Santa Maria e um jornalista prático, responsável pela editoria de Polícia. Os demais estão distribuídos nas diversas editorias do jornal e realizam as reportagens, textos, diagramação, fotografia e edição. Estes profissionais trabalham seis horas diárias na elaboração do jornal e ganham, em média, R$ 500,00 . Somente três jornalistas de A Razão são sindicalizados. A rotatividade destes profissionais é bastante baixa. A cada dois anos um jornalista deixa a empresa para trabalhar em outro jornal, fora de Santa Maria.
Os jornalistas de A Razão, ao contrário do que ocorre em outras regiões, participam de várias atividades educacionais que envolvem a área, em decorrência da intensa atividade da Faculdade de Jornalismo da UFSM. O jornal tem um Manual de Redação próprio, seguido pelos profissionais.
Para a produção do jornal, os jornalistas contam com computadores da linha Machintosh, fotoliteiras e impressoras rotativas, Goss Comunity, laboratório fotográfico e quatro veículos automotores, além de toda a infra-estrutura do prédio.
A Empresa Jornalística De Grandi Ltda. possui, ainda, além dos 20 jornalistas, 103 funcionários com vínculo empregatício, distribuídos entre os setores administrativo, industrial, comercial e circulação.
O jornal possui, em média, 250 anunciantes ao mês, provenientes de todos os segmentos da economia. Os anúncios públicos representam 10% da receita de A Razão.
A receita anual de A Razão é de US$ 928.000,00 e a despesa US$ 916.000,00.
CARACTERÍSTICAS DE A RAZÃO
Periodicidade Diário
Formato Tablóide (38 cm x 29 cm)
Número de páginas 30 (média)
Preço de capa R$ 0,80
Assinatura anual R$ 108,00
Número de colunas 5
Tiragem 16.800
Dia de circulação Terça-feira a sábado
Impressão Offset
Número de jornalistas formados 9
Número de funcionários 123
Preço do cm/col (página interna) R$ 4,93
Cor Preto e branco
Ano de Fundação 1934
Características do jornal em 2002
Poucas mudanças aconteceram no jornal A Razão, no que pese o lançamento de um novo jornal diário na cidade, pelo Grupo RBS, que entrou objetivando fazer concorrência direta com A Razão.
A principal mudança foi a impressão do diário em cores na capa, contracapa e central. A tiragem subiu de 16.800 para 18.000 a 20.000. A circulação passou a ser feita de segunda a sábado. O número de jornalistas formados subiu de 9 para 10 e de funcionários de 123 para 132. O preço do centímetro por coluna para comercialização de espaço publicitário subiu de R$ 4,93 para R$ 10,90.
Na produção do jornal também aconteceram algumas mudanças. O jornal não possui mais as editorias Nacional e Exterior e acrescentou a de Variedades. O restante continua igual.
Análise Editorial
O jornal A Razão possui editorias fixas de Opinião, Geral, Serviço, Estadual, Nacional, Exterior, Polícia, Esporte, Política e o Segundo Caderno. A grande maioria das edições contemplam o noticiário em 16 páginas, sendo o restante preenchido com o Segundo Caderno, Classificados e anúncios. A edição conjugada de sábado/domingo conta com 24 páginas de notícias.
Apesar de o jornal circular com 30 páginas, em média, e possuir uma receita mensal de R$ 77.000,00, o resultado jornalístico final não é muito diferente dos jornais semanários, bissemanários e trissemanários. A im-pressão do jornal não é boa. As páginas soltam muita tinta. As fotografias funcionam como ilustração, pois se trata de imagens paradas ou bonecos que ilustram os textos. O projeto gráfico e a editoração eletrônica não dão clareza na divisão dos assuntos e da publicidade (anexo 18).
Os títulos são diagramados com alinhamento à esquerda, sobrando brancos que dão a impressão de faltar um pedaço da matéria. Há, também, muita confusão na edição das notícias, que não obedecem a suas cartolas.
No entanto, a edição de todo o jornal mantém um padrão, mesmo que não qualificado. Na capa, as notícias locais são utilizadas para elaboração da manchete. Outros temas recebem tratamento secundário nas chamadas. Também é utilizado o texto-legenda e publicidade.
A editoria de Opinião é produzida com artigos de autoridades acadêmicas, políticas, econômicas e das demais áreas da sociedade. A charge faz parte dessa editoria.
A página 3 é destinada à Política, porém em 20 edições, apenas três vezes essa página apareceu com notícias. Em 27 edições ela circulou com anúncio de página inteira.
A cobertura da área Política é mais ampla do que jornais com outras periodicidades, abrangendo a movimentação política e de bastidores de todos os partidos políticos existentes em Santa Maria e na região. Contribui para essa editoria o articulista Affonso Ritter, com um artigo diário. As matérias também descrevem as discussões em torno de cargos políticos na região, filiações partidárias e convenções.
Na editoria “Geral” estão contidas todas as áreas, menos Esporte e Polícia. Assim, todos os fatos que envolvem Economia, Judiciário, Saúde, Política, Administração Pública, Câmara de Vereadores, Educação, Exército, Transporte, Informática, Religião, Agricultura e Pecuária, Ciência, Meio Ambiente, Comportamento, entre outros, estão nessa editoria. As matérias contêm entrevistas e descrições dos fatos. Raramente se observa a existência de investigação e da grande reportagem. As matérias também são descontextualizadas, não existindo preocupação histórica dos fatos. Destaca-se que predominam nessa editoria notícias que envolvem a Universidade Federal de Santa Maria em toda a sua amplitude.
Serviço é uma página onde são registrados os cursos e concursos no município. O Esporte recebe ampla cobertura, mas as matérias não passam de duas laudas. Entretanto, é constante a divulgação de chamadas dessa área na capa e na contracapa.
A editoria de “Polícia” praticamente não contempla as ocorrências policiais e os crimes. Os textos tratam da legislação criminal, atuação da Polícia Militar, Direitos Humanos, Sistema Carcerário, programas de humanização, Código Penal, paralisação de policiais e fatos dessa natureza.
A Agência Press (AP) sustenta a página de “Exterior” e a Agência Jornal do Brasil (AJB) é responsável pelo noticiário da página “Nacional”. A editoria “Estadual” é elaborada com notícias dos correspondentes de Santiago, Júlio de Castilhos, Alegrete e Jaguari, além de matérias da AJB que envolvem políticos gaúchos. Predominam nessa página notícias de Santiago, cidade vizinha de Santa Maria.
Cultura, lazer, horóscopo, coluna social, moda, tradicionalismo, clubes, programação televisiva, cinema, teatro e música fazem parte das quatro páginas que compõem o Segundo Caderno do jornal, também diário.
Mensalmente, A Razão edita cadernos especiais com diversos temas, entre eles, Saúde e Aeronáutica. Diariamente há o caderno de “Classificados”, com, no mínimo, quatro páginas.
Opinião dos leitores
Para 73,1% dos leitores de A Razão, o jornal pode ser definido como bom e muito bom. 12,5% entendem que ele é ruim e 11% o acham ótimo QUADRO 1).
O preço da assinatura anual do diário - R$ 108,00 - é alto para 34,6% dos assinantes. Mas 62,9% não acham cara a assinatura (QUADRO 2).
A quantidade de anúncios publicados pelo diário santa-mariense divide a opinião dos leitores. 21,2% acham muita publicidade; 34,6% julgam que não há exagero e 41,7% entendem que o jornal divulga a quantidade ideal (QUADRO 3).
Quase 40% dos assinantes manifestam que o jornal utiliza pouca fotografia em suas edições. 56,6% acham a quantidade satisfatória e 3,1% julgam ser muitas (QUADRO 4).
72% dos assinantes do diário de Santa Maria lêem ou assinam outros periódicos, e 26% lêem apenas A Razão. Os leitores assim se dividem: 37% assinam a Zero Hora; 30,7%, o Correio do Povo; 19,6%, a revista Veja. Outras publicações são lidas por menos de 6,2% dos leitores (QUADRO 5).
Quase 70% dos assinantes do jornal não conhecem os jornalistas que produzem A Razão. Raramente o jornal assina as matérias publicadas (QUADRO 6).
Grande número de assinantes de A Razão - 65% - entende que o jornal é parcial na divulgação da notícia. 30% julgam o diário imparcial. A maioria aponta parcialidade nas seguintes áreas: Política (19,6%), Noticiário Local (18,1%), Esporte (14%), Educação e Prefeitura (13,3% cada um), Polícia (12,5%), Saúde (11%), Economia (9,4%) e Lazer (7%) - QUADRO 7.
A predominância do noticiário local tem reflexo na opinião do leitor sobre a identificação da comunidade na leitura do diário. Apenas 10% não têm essa visão (QUADRO 8).
A edição conjugada de sábado/domingo é a melhor do jornal para 80% dos assinantes (QUADRO 9).
Seguindo uma tendência geral no Estado, a Coluna Social apresenta alto índice de rejeição por parte dos leitores. 34% entendem que esta seção poderia ser eliminada do jornal. 37% manteriam tudo como está (QUADRO 10).
Saber o que está acontecendo na cidade é a principal razão de o leitor de A Razão assinar o jornal, o mesmo ocorrendo com jornais de outras regiões e de diferentes periodicidades (QUADRO 11).
Também é o noticiário local que mais atrai o leitor de Santa Maria, ficando em segundo e terceiro lugares a Polícia e a Economia, respectivamente, porém com menos de 50% de indicações. Considerando isoladamente as indicações, (conforme se vê no QUADRO 12), a Coluna Social não tem mais que 8% da preferência de leitura, aparecendo em sétimo lugar se consideradas as indicações de preferência no primeiro, segundo e terceiro lugares (QUADRO12).
Apesar de a Educação ter 32% da preferência, quase 50% dos leitores pedem que este tema seja melhor divulgado, apesar de ele já ser prioritário na política editorial do jornal. Saúde é outro assunto que deve ser melhorado do ponto de vista dos leitores e, esse sim, não tem destaque nas páginas d’A Razão. O noticiário local é o que possui maior interesse dos leitores pela melhora do tema, com 53,5% de indicações (QUADRO 13).
Se, por um lado, quase 50% dos assinantes indicaram a área de Educação para ser melhorada e intensificada, por outro, 22% rejeitam a existência da mesma em uma página específica. Também é alto o índice de rejeição à publicação de assuntos ligados à Religião, mas 41% gostariam de ler sobre o assunto. Classificados têm o apoio de 80,3% dos leitores; Turismo, de 78,7%; e 66% querem a publicação de charges (QUADRO 14).
QUADROS
QUADRO 1
Que nota atribui à qualidade do jornal?
NOTA RESPOSTA (%)
Zero 0,78
1 -
2 12,5
3 38,5
4 34,6
5 11,0
Sem resposta 2,3
QUADRO 2
Você acha caro o preço da assinatura de seu jornal?
Opções Respostas (%)
Sim 34,6
Não 62,9
Sem resposta 2,3
QUADRO 3
Você acha que há muita publicidade e poucas matérias em seu jornal?
Opções Respostas (%)
Sim 21,2
Não 34,6
O desejado 41,7
Não respondeu 2,3
QUADRO 4
Seu jornal tem poucas ilustrações e fotos para as matérias divulgadas?
Opções Respostas (%)
Poucas 37,7
Satisfatórias 56,6
Muitas 3,1
Sem resposta 2,3
QUADRO 5
O que você lê ou assina?
Opções Respostas (%)
Zero Hora 37,0
Correio do Povo 30,7
Veja 19,6
Isto É 6,2
Superinteressante 6,2
Folha de S. Paulo 4,7
Caras 3,9
Exame 2,3
QUADRO 6
Você conhece os jornalistas que fazem seu jornal?
Opções Respostas (%)
Sim 26,7
Não 69,2
Não respondeu 2,3
QUADRO 7
Em que área de cobertura o jornal é parcial?
Opções Respostas (%)
Política 19,6
Noticiário local 18,1
Esporte 14,1
Educação 13,3
Prefeitura 13,3
Polícia 12,5
Saúde 11,0
Economia 9,4
Lazer 7,0
QUADRO 8
Você identifica sua comunidade na leitura do jornal?
Opções Respostas (%)
Sim 66,1
Não 10,2
Sem posicionamento 20,6
QUADRO 9
Em que dia da semana seu jornal está melhor?
Opções Respostas (%)
Sábado/Domingo 79,5
Terça-feira 1,5
Quarta-feira 3,9
Quinta-feira 6,2
Sexta-feira 3,1
QUADRO 10
O que você acha que poderia ser eliminado do jornal?
Opções Respostas (%)
Coluna Social 33,8
Título sensacionalista 18,1
Horóscopo 7,8
Publicidade na capa 7,8
Matéria sobre violência 6,2
Algumas crônicas 5,5
Artigos opinativos 3,9
Editorial 1,5
TUDO DEVE SER MANTIDO 37,0
QUADRO 11
Por que você assina A Razão?
OPÇÕES RESPOSTAS (%)
Para saber o que está acontecendo na cidade 63,7
Cobre bem as notícias da região 36,2
Representa e defende os interesses da comunidade 31,4
Atende as necessidades culturais e informativas 28,3
Proporciona conhecimento por meio de notícias educativas 17,3
Por tradição 14,1
Não há outra opção de leitura 6,2
QUADRO 12
Qual o assunto que você mais gosta de ler em seu jornal, indicando a ordem numérica crescente?
Assunto 1º lugar (%) 2º lugar (%) 3º lugar (%) TOTAL (%)
Noticiário local 28,3 19,6 11,8 59,8
Polícia 7,0 18,8 13,3 39,3
Economia 9,4 14,9 14,1 38,5
Política 14,1 12,5 7,8 34,6
Educação 6,2 9,4 16,5 32,2
Esporte 12,5 7,0 7,8 27,0
Coluna Social 7,8 4,7 5,5 18,0
Saúde 3,1 5,5 8,6 17,3
Lazer 7,0 3,9 3,9 14,9
Horóscopo 1,5 2,3 5,5 9,4
Classificados 1,5 - - 1,5
QUADRO 13
Na sua opinião, que assunto você gostaria que seu jornal divulgasse em maior qualidade e intensidade?
Assunto 1º lugar (%) 2º lugar (%) 3º lugar (%) TOTAL (%)
Noticiário local 21,2 14,9 17,3 53,5
Educação 13,3 18,1 17,3 48,8
Saúde 20,4 13,3 8,6 42,5
Política 10,2 10,2 8,6 29,1
Economia 11,8 8,6 7,8 28,3
Esporte 4,7 7,0 14,1 25,8
Polícia 11,0 7,0 4,7 22,8
Lazer 4,7 11,8 6,2 22,8
Coluna Social 3,1 2,3 1,5 7,0
QUADRO 14
Você gostaria que seu jornal publicasse uma página específica para assuntos relacionados a...
Temas
Respostas (%)
SIM NÃO NEUTRO
Saúde 78,7 5,5 13,3
Educação 51,9 22,0 23,6
Charges 66,1 10,1 21,1
Religião/Místico 40,9 29,1 29,0
Turismo 78,7 6,2 13,3
Classificados 80,3 4,7 11,0