segunda-feira, 17 de setembro de 2007

IMPRENSA COMUNITÁRIA:JORNAIS DE BAIRRO DE PORTO ALEGRE

IMPRENSA COMUNITÁRIA:
JORNAIS DE BAIRRO DE PORTO ALEGRE


A “imprensa comunitária” já é estudada nos Estados Unidos há, pelo menos, 50 anos. No Brasil, há poucos pesquisadores voltados sistematicamente para este setor, por isso temos grande dificuldade para encontrar bilbiografia adequada. No entanto, o fênomeno americano apresenta muitas semelhanças com o brasileiro. Nesse estudo, propomo-nos a estabelecer as características de um dos segmentos da imprensa comunitária – os jornais de bairro de Porto Alegre, valendo-nos da bibliografia norte-americana, especialmente a tratada por JANOWITZ .
Segundo o sociólogo norte-americano, a comunidade urbana abrange um processo de comunicações e um sistema de valores. Subentende sentimentos e ligações a uma área geográfica, não importando a sua transitoriedade ou complexidade.
Em 1999, em Porto Alegre, cidade com 1,5 milhão de habitantes, havia aproximadamente 18 jornais de bairro circulando , mas nos últimos quatro anos (1995-1999) pôde-se registrar a circulação de 50 jornais do gênero. O que estará acontecendo neste setor? É a imprensa comunitária inviável na capital gaúcha?
Nos Estados Unidos verificou-se que o aumento do número de jornais e da circulação reflete maiores recursos econômicos e níveis altos de alfabetização. Além disso, a posição econômica da imprensa comunitária foi fortalecida pela renda publicitária mais adequada. Os serviços de utilidade pública, nos Estados Unidos, também passaram a amparar a imprensa comunitária. E no Rio Grande do Sul?

1.1. O BAIRRO

Várias são as definições de bairro, que vão desde a área geográfica até a delimitação por grupos de afinidade comportamental. Preferimos trabalhar com a definição de MAYOL :
“O bairro pode ser considerado como a privatização progressiva do espaço público. Trata-se de um dispositivo prático que tem por função garantir uma solução de com-tinuidade entre aquilo que é mais íntimo (o espaço privado da residência) e o que é mais desconhecido (o conjunto da cidade ou mesmo, por extensão, o resto do mundo).

O jornalista do bairro tem que cumprimentar a todos, não pode se indispor com nenhum grupo, deve manter seu código de ética impecável, deve defender todos os interesses que têm o consenso da comunidade local, mesmo que, pessoalmente, tenha posição divergente. Os moradores com prestígio e liderança do bairro esperam que o jornalista garanta-lhes a honra e a moral pública. Ataques gratuitos são inadmissíveis.
A comunidade espera que o jornalista, a qualquer momento, prestigie os que vivem no anonimato. Querem uma chance de sair no jornal, nem que seja no dia do aniversário, do casamento, do batizado, da formatura, do baile, etc.
A relação comercial do jornalista com seus anunciantes é mais sentimental do que racional. Alguns querem anunciar para “ajudar o jornalista”; outros querem utilizar o veículo para apresentar seus produtos e promoções à coletividade. A forma de pagamenteo, no entanto, é sempre afetiva. “Volta na semana que vem, pois não entrou dinheiro ainda”, dizem os anunciantes na hora do pagamento, ignorando o acerto inicial. Por outro lado, quando o jornalista está “apertado”, pode apelar para o mesmo expediente e pedir para que alguns anunciantes antecipem o pagamento do anúncio.

2.CARACTERÍSTICAS DOS JORNAIS COMUNITÁRIOS

Tendo definido alguns conceitos sobre a imprensa comunitária e sobre o bairro, passaremos para a definição do conceito, caracterísitcas e números de jornais de bairro de Porto Alegre.
Para este estudo, investigamos e localizamos 43 jornais comunitários , em circulação constante ou ocasional no ano de 1995, denominados “de bairro” por seus proprietários porque, segundo definem, “visam atender às necessidade de informação de uma população concentrada em um ou mais bairros”.
Três exemplares de cada jornal mensal, de meses alternados, foram analisados editorialmente. Os proprietários foram entrevistados, objetivando o levantamento de dados administrativos.
Várias características encontradas, expostas a seguir, demonstram que muitos dos jornais de bairro não praticam adequadamente o “jornalismo comunitário”, basicamente porque o conteúdo do jornal exclui o dia-a-dia e os conflitos da comunidade alvo. A maioria dos jornais de bairro encontrados é clandestina, por não possuir registro no Cartório de Registros Especiais, conforme determina a Lei de Imprensa. Outro desvio legal é a inexistência de jornalista responsável pela publicação, segundo determina a Regulametnação da Profissão de Jornalista. Mais de 50% dos jornais são produzidos por amadores.
Neste estudo, entendemos como “jornal comunitário” aquele que representa uma grande série de atividades, valores e aspirações presentes na comunidade e que não são expressas na imprensa diária. Ele fornece um fluxo de notícias específicas para ajudar na adaptação às instituições e comodidades da vida urbana e interpretar, num contexto significativo e afetivo, os acontecimentos externos que são importantes para a comunidade alvo. Caracteriza-se, também, por possuir distribuição gratuita.

2.1 Levantamento

Concomitantemente à redução do número de jornais diários em Porto Alegre e ao avanço da tecnologia, surgem jornais de bairro em todas as zonas de Porto Alegre, a pon-to de circularem 43 jornais desse gênero entre 1995 e 1996, todos impressos em offset e produzidos em computador.
Destaca se que há uma maior concentração dos jornais de bairro nas zonas norte e sul de Porto Alegre. A distribuição dos 43 jornais de bairro é gratuita. Alguns são entre-gues para a maioria das residências do bairro, outros circulam apenas em pontos comer-ciais. Esses periódicos, excetuando o mais antigo deles, o Oi!, que circula no bairro Me-nino Deus, têm grande dificuldade para comercializar anúncios, o que ocorre especial-mente junto aos pequenos e médios comerciantes do bairro. Dificilmente as agências de publicidade de Porto Alegre investem nesse segmento do jornalismo, assim como os ór-gãos públicos do governo estadual, que concentra suas verbas nas três maiores empre-sas de Porto Alegre: RBS, Caldas Júnior e Jornal do Comércio.
Essa característica provoca a centralização da disseminação das informações por três empresas, resultando no que os leitores costumam chamar de “manipulação da in-formação”. No entanto, entendemos que existe a “manipulação da verba publicitária”, e não da informação, disseminada por inúmeros outros veículos, porém sem grandes recur-sos para realizar trabalhos de grande qualidade, mas não por isso sem valor.
Quase todos os jornais de bairro funcionam na própria casa do proprietário e não têm funcionários com vínculo empregatício em nenhuma das áreas existentes em empre-sas jornalísticas de maior porte: administrativo, comercial, produção e circulação. Em de-corrência da pequena receita dos jornais, seus proprietários, quando necessitam, contra-tam free-lanceres. Pela mesma razão, é grande o número de colaboradores.
Em 27 jornais de bairro (62,7%) predominam nas páginas os releases enviados por órgãos públicos municipais e estaduais e por algumas instituições que mantêm contato permanente com os jornais de bairro, através das assessorias de imprensa, como as uni-versidades e instituições culturais, sendo raríssima a presença de reportagens e entrevis-tas. Os releases são aproveitados na íntegra e raras vezes funcionam como pauta. As reportagens aparecem em 28 jornais de bairro, mas não representam a principal marca do jornal. Em muitos casos elas são ocasionais.
Outra característica de grande parte dos proprietários de jornais de bairro é sone-gar a receita publicitária de seus periódicos por vergonha, medo dos concorrentes, temor que a informação prejudique o jornal de alguma forma e para evitar a pressão dos colabo-radores.
Também, é sabido que até 1998 praticamente todos os proprietários de jornais de bairro declaravam ter uma tiragem maior do que a verdadeira para terem maior força de negociação junto aos anunciantes . Sendo assim, na época da pesquisa, recusaram se a apresentar um comprovante da tiragem do jornal, que também não é fornecida pelas grá-ficas. Os jornais de bairro são impressos nas seguintes gráficas: Grande Sul, Zero Hora, Pioneiro (Caxias do Sul), Jornal do Comércio, Gazeta do Sul (Santa Cruz do Sul) e Corag.
A distribuição dos exemplares de quase todos os jornais de bairro é feita pessoal-mente por seus proprietários, com o uso de seus veículos. Contam com a ajuda de famili-ares, amigos e, em vários casos, de alguns meninos, que, em média, ganham R$ 20,00 por dia de trabalho. O jornal Oi!, até 1996, era o único que possuía veículo próprio e en-tregadores com vínculo empregatício. A entrega domiciliar é uma política de distribuição da minoria dos jornais de bairro.
O maior problema enfrentado por todos os jornais de bairro até hoje é a comerciali-zação. Não se encontra no mercado porto alegrense pessoas gabaritadas ou dispostas a vender anúncios para os periódicos. Alguns proprietários de jornais comunitários dizem que o problema está na impossibilidade dos jornais pagarem uma ajuda de custo para os vendedores. Os 20% de comissão oferecidos a eles não é suficiente para que levantem um salário satisfatório a suas necessidades.

2.2 Características particulares

O mais antigo jornal de bairro, sem interrupção na circulação, é o Oi!, fundado pelo jornalista Geraldo Canali, em 15 de dezembro de 1985, em formato tablóide, 20 páginas (em média), duas cores na capa e contracapa, mensal, totalmente computadorizado, im-pressão offset, o único com homepage na Internet , sede própria, carro, equipe de circu-lação, formada por seis jornaleiros que usam uniforme com a marca do jornal (camiseta e boné), equipe de publicidade e jornalistas da grande imprensa. Tiragem: 22 mil exempla-res, distribuídos no bairro Menino Deus, que, conforme dados do IBGE, censo de 1996, tem uma população de 28.396 habitantes e 10.400 dormitórios particulares (Tabela com a população dos bairros porto-alegrenses por onde circulam jornais de bairro no item 2.4).
Em março de 1997, Canali vendeu o Oi! para o jornalista Hélio Gama, que imple-mentou quatro cores na capa e contracapa do jornal e descaracterizou a linha editorial imposta pelo fundador, que praticava o jornalismo de denúncia, através da grande repor-tagem de temas não trabalhados pela imprensa diária. Até 1996, o espaço comercial do Oi! era comercializado a R$ 15,25 o cm/col.
Os jornais Humaitá e Cidade Norte são os mais antigos. Foram fundados em 1984, quase um ano antes do Oi!. O primeiro pela Associação dos Moradores do Bairro Humai-tá, e o Cidade Norte, pelo jornalista Camilo Cerilo Simon.
O jornal Humaitá circulou até 1996, quando fechou. Tinha oito páginas, periodici-dade mensal, tiragem de 5.000 exemplares, preto e branco e formato tablóide. Circulava nos bairros Humaitá, Navegantes, Vila Farrapos e São Geraldo. A distribuição era gratuita e a receita do jornal dependia totalmente da venda de publicidade. O cm/col desse perió-dico era comercializado a R$ 5,00 e não trabalhava com assinatura. O responsável pelo jornal era o presidente da Associação de Moradores do Bairro Humaitá, com sede na A-venida Palmira Gobbi, 883, Porto Alegre/RS. O jornal era distribuído em pontos comerci-ais e locais de grande concentração de moradores, como escolas e clubes.
Na zona norte de Porto Alegre, circula até hoje o Cidade Norte, fundado no dia 30 de março de 1984, pelo jornalista Camilo Cerilo Simon. Com 12 páginas, este jornal re-presentou uma exceção no conjunto dos 43 jornais de bairro, juntamente com o jornal Zo-na Norte, porque ambos eram semanários (grifo da autora). Passaram a mensais em 1998 em decorrência da queda na comercialização dos anúncios.
Até 1997, dependendo da quantidade de anúncios vendidos, o Cidade Norte circu-lava com 16 páginas. O preço do cm/col era R$ 5,00 e o jornal era distribuído gratuita-mente em pontos comerciais de alguns bairros da zona norte de Porto Alegre. Sua tira-gem variava de 7 mil a 15 mil exemplares, dependendo da receita publicitária do mês. A partir de 1998 o Cidade Norte passou a circular com 8 páginas e 10 mil exemplares. O cm/col passou a ser comercializado a R$ 8,00. No entanto, não mantém regularidade em sua circulação, sendo distribuído de dois em dois meses e às vezes três meses depois da última circulação, apresentando sérias dificuldades para comercializar seu espaço.

Em 1986, surgem mais dois jornais: O Cristóvão , em circulação até hoje, e o Jar-dim Floresta, fechado em 1996. A Associação do Bairro Floresta é responsável pelo lan-çamento do jornal O Cristóvão, hoje entregue ao jornalista Mário Rocha, também presi-dente da instituição. Não há registro na entidade sobre a data exata de seu lançamento. Características: 12 páginas, cor na capa e contracapa, tablóide, mensal, um jornalista responsável por toda produção do jornal, venda de anúncios, impressão e distribuição. O preço do cm/col de O Cristóvão, conforme tabela de 1995, era de R$ 6,85. Hoje o mesmo espaço é comercializado a R$ 10,00. A tiragem é de 10 mil exemplares, entregues nas residências do bairro Floresta.
O jornal Jardim Floresta foi fundado pela Associação Comunitária dos Moradores do Jardim Floresta de Porto Alegre, em 1996, e fechou em 1998. Nunca contou com jor-nalistas para sua produção. Era um jornal modesto, bimestral, que objetivava divulgar o trabalho dos dirigentes da entidade em prol da comunidade. Sua tiragem era de 2.000 exemplares e circulava no Cristo Redentor.
O preço do cm/col era menor que R$ 1,00, pois a venda era feita a título de colabo-ração com a Associação. A distribuição era gratuita, formato tablóide e estava sob a res-ponsabilidade do presidente da Associação. O Jardim Floresta era distribuído em alguns pontos comerciais e locais públicos do bairro.
Em 1987, surgem o Alto Petrópolis e o Jornalecão, ambos em circulação até hoje. O Jornalecão foi fundado em 10 de maio de 1987, por iniciativa de Gustavo Cruz da Sil-veira, quando tinha 11 anos de idade. Atualmente, cursa a Faculdade de Jornalismo da PUCRS.
O Jornalecão tem 16 páginas, é mensal, tiragem de 18 mil exemplares e circula na zona sul de Porto Alegre. Conta com um jornalista para produção das matérias. Este ta-blóide é produzido na casa do proprietário. O cm/col interno desse jornal era comerciali-zado até 1995 a R$ 8,00. Hoje, com cor na capa e contracapa desde 1996, o mesmo es-paço custa R$ 12,00. Sua impressão é feita na gráfica do jornal O Pioneiro, de Caxias do Sul, pertencente ao grupo RBS.
A distribuição do Jornalecão é feita gratuitamente em pontos comerciais da zona sul e nas esquinas de ruas principais da região. Ao longo dos anos, ele também conquis-tou cerca de mil assinantes.
O jornal Alto Petrópolis foi criado pelo jornalista Andi Ferreira Alves. Suas caracte-rísticas são: mensal, 8 páginas, cor na capa e contracapa, tablóide, distribuição gratuita, não trabalha com assinantes, impressão offset. A tiragem é de 3.000 exemplares, distribu-ídos na quase totalidade em um único condomínio da região. A cor foi introduzida no jor-nal em 1999. O cm/col era comercializado em 1996 a R$ 4,00. Hoje, com cor na capa e contracapa, o cm/col custa R$ 8,00.
Já Bom Fim era uma publicação quinzenal, e, de certa maneira, diferenciada das demais. Pertence à empresa Já Editores, do jornalista Elmar Bonis da Costa, também escritor de livros, que tem investido nessa área desde 1985. Atualmente circula com o nome de Já, tendo sido fundido com outros três jornais do mesmo jornalista em 1998.
O Já Bom Fim foi fundado em 1º de julho de 1985, em formato tablóide. Em março de 1996 passou para standard, oito páginas, duas cores, tiragem de 10 mil exemplares, distribuição gratuita. O jornal trabalhava com assinantes, mas também não teve sucesso com este projeto. O preço do cm/col em 1995 era de R$ 10,70.
Em julho de 1989 surgiu o CS Zona Sul, fundado por Daniel da Motta Dutra . Quinzenário, 16 páginas, tablóide, esse jornal circula em pontos comerciais de 10 bairros da zona sul, conforme declaração do proprietário fundador, em entrevista realizada pela autora em abril de 1996. A tiragem do jornal, segundo o proprietário, é de 15 mil exempla-res por quinzena. A zona sul tem 61.409 moradias. Em 1996, o CS Zona Sul tinha um jornalista , distribuição gratuita. O espaço publicitário era comercializado a R$ 7,00 o cm/col.
Em 1990, surgiu A Palavra do Bairro, por iniciativa da Associação dos Moradores do Bairro São João, sob responsabilidade do presidente da entidade. No expediente do jornal, aparecia o nome do jornalista Mílton Simas Júnior, que morava em Caxias do Sul, cidade localizada na serra gaúcha, e emprestava seu nome para constar no expediente do jornal. No ano de 1997, a jornalista Nádia Leal Donini assumiu a edição do jornal, mas, a baixa comercialização, forçou o fechamento do jornal em outubro do mesmo ano. A Pa-lavra do Bairro circulou com 12 páginas, distribuição gratuita, tablóide, tiragem de 8 mil exemplares e distribuição residencial.
Também em 1990 foram lançados os jornais 4º Distrito e Menino Deus Assamed, este fazendo concorrência com o Oi!. O 4º Distrito foi fundado por Adriano Berao Costa e deixou de circular em 1996. Este jornal não possuía número de páginas fixas. Tablóide, circulou com, no mínimo, 8 páginas e, no máximo, 20 páginas, dependendo da venda de anúncios do mês. A tiragem deste mensário totalizava 10 mil exemplares, distribuídos gra-tuitamente nos pontos comerciais dos bairros São Geraldo, Navegantes, Passo da Areia, Santa Maria Goretti e São João, todos na zona norte da cidade. Costa não possuía ne-nhum funcionário em sua empresa. Trabalhava com colaboradores.
No início de 1995, Costa fez uma experiência com seu mensário, transformando o em standard. No final daquele ano, realizou uma pesquisa com seus leitores e anuncian-tes, verificando que 80% desejavam que o jornal fosse tablóide. Entre os jornalistas, veri-ficou que a proporção era inversa: 80% indicavam o standard como melhor formato. Em 1996, Costa transformou seu jornal em tablóide.
O cm/col do 4º Distrito era de R$ 8,00 e sua produção era feita por computador. Os pequenos e médios comerciantes dos cinco bairros onde circulava eram os principais a-nunciantes do mensário. Os cinco bairros contam com uma população de 46.107 habitan-tes e 16.202 moradias.
Também em 1990 surge o Menino Deus Assamed, por iniciativa da presidente da Associação dos Amigos e Moradores do Bairro Menino Deus (Assamed), na época sob o comando de Geci da Silva Fioravante. Este mensário surgiu por questões políticas e fa-zendo concorrência ao Oi!, criado na região em 1983.
Tablóide, 8 páginas, duas cores (preto e azul), distribuição gratuita e tiragem entre 10 mil e 15 mil exemplares, o Menino Deus Assamed conta com um jornalista responsá-vel. O cm/col negociado por este jornal em 1996 estava em torno de R$ 3,00, enquanto, no mesmo período, seu concorrente trabalhava com o cm/col da página indeterminada em R$ 15,00.
Em 1992, aparecem mais três jornais de bairro: o Cidade Baixa, na Cidade Baixa, o Destak, nos bairros da zona sul, e O Bairro, na Cidade Baixa e Santana. O primeiro, fundado por Antônio Soares e Santa Inese Soares, proprietários de uma editora de livros, sempre circulou sem a colaboração de nenhum jornalista e sendo produzido em condi-ções precárias.
Tablóide, mensário, 12 páginas, uma cor, o Cidade Baixa, com circulação bastante irregular, era distribuído em apenas alguns pontos comerciais do bairro, especialmente nos supermercados da área, tendo uma tiragem de 2.000 exemplares. Somente uma pes-soa realizava a comercialização do jornal e a receita apenas era suficiente para cobrir o custo industrial. Este jornal deixou de circular no início de 1998. O cm/col do Cidade Baixa era comercializado, em média, a R$ 5,00 a página indeterminada e, muitas vezes, tam-bém espaços na capa eram vendidos por esse valor.
O jornal Destak foi fundado por Ricardo e Lídia Bartezen, e circula mensalmente até hoje com 12 páginas, às vezes, 16 páginas, na zona sul de Porto Alegre. A tiragem do Destak passou de 3 mil exemplares para 6 mil em junho de 1999. Ele é distribuído gratui-tamente em alguns pontos comerciais, não havendo entrega domiciliar.
Até junho de 1999, o Destak se autodefinia publicamente como “Informe Publicitá-rio”. A partir dessa data, sob influência da Associação dos Jornais de Bairro de Porto Ale-gre, sofreu profundas modificações, havendo uma melhora significativa em sua linha edi-torial. Um jornalista e um editor eletrônico foram contratatos e passou a ser impresso pela Zero Hora em quatro cores na capa, contracapa e central. A comercialização era feita pe-los proprietários a R$ 5,00 o cm/col.
O Bairro, atualmente fora de circulação, foi fundado por Ricardo Teixeira, com oito páginas, mensal, distribuição gratuita, 4 mil exemplares, sem jornalista na produção, uma cor, impresso no Jornal do Comércio. A comercialização do cm/col era feita a R$ 3,90. O jornal contava apenas com um colaborador e objetivava comercializar anúncios. Ocasio-nalmente este jornal é visto em estabelecimentos comerciais de diferentes bairros.
No ano de 1993 surgem três jornais de bairro, dois na zona norte e um no bairro Azenha. São eles: Norte Notícias, Zona Norte e Jornal Azenha. O Norte Notícias foi fun-dado por Daniela Peretti e Mauro Ricardo Graziadei. Tablóide, mensário, 12 páginas, cir-culava nos bairros Cristo Redentor, Vila Ipiranga, Jardim Itu Sabará, Passo da Areia, Jar-dim Lindóia, São Sebastião, Vila Floresta, Boa Vista e Três Figueiras. Deixou de circular em 1997. Sua tiragem era de 12.000 exemplares.
O Zona Norte, fundado por Luiz Fernando Gonzalez Rosa da Silva, em circulação até hoje, passou de semanário para mensário em 1999. Com 12 páginas, 7.000 exempla-res de tiragem, é elaborado e comercializado pelo proprietário em sua residência. O cm/col da página indeterminada é comercializado a R$ 7,00 desde 1996. A distribuição tem periodicidade irregular e é feita, gratuitamente, em pontos comerciais das principais avenidas da zona norte.
O Azenha é de propriedade do jornalista e fundador Jodoé de Souza e circula até os dias atuais, com duas cores na capa e contracapa. Até julho de 1997, este mensário circulava com 12 páginas, formato tablóide, uma cor. A tiragem totaliza 5.000 exemplares. O Azenha, em 1995 e 1996, era comercializado a R$ 5,00 o cm/col.
Quatro novos jornais aparecem em 1994: O Farol, Jornal do Bairro, Taí Porto Ale-gre e Jornal do Salso. Os três últimos deixaram de circular em 1997. O Farol resisitiu até o primeiro semestre de 1999. No segundo semestre foi colocado à venda e interrompeu sua circulação.
O Farol era um mensário com 16 páginas, tablóide, tiragem de 6 mil exemplares, com circulação na Vila Assunção, Tristeza, Cavalhada, Ipanema, Belém Novo, Lami e Restinga, bairros da zona sul de Porto Alegre. Fundado por Jorge Urruth, o jornal contava com um jornalista free-lancer, impresso em duas cores na capa e contracapa (vermelho e preto) distribuição gratuita em pontos comerciais da região e entrega domiciliar no bairro Assunção. O cm/col da página indeterminada era comercializado a R$ 8,00.
O Jornal do Bairro era um mensário, fundado por João Francisco (nome profissio-nal utilizado pelo proprietário do jornal). Era impresso em três cores, 12 páginas, formato tablóide, tiragem de 10 mil exemplares, produzido exclusivamente pelo fundador, e circu-lava em pontos comerciais da zona sul de Porto Alegre. O cm/col da página indetermina-da era comercializado a R$ 3,00.
O Taí Porto Alegre, também com circulação na zona sul, foi fundado por Dalmiro Justo. Era um mensário com oito páginas, formato tablóide, distribuição gratuita de 3 mil exemplares em alguns pontos comerciais e domicílios da região. Justo contava com dois jornalistas colaboradores para produção do jornal. O cm/col da página indeterminada era comercializado a R$ 3,00, em média, e seu custo industrial era de R$ 850,00.
O Jornal do Salso foi criado pelo jornalista Cláudio Somacal, com quatro páginas, periodicidade mensal, formato tablóide, distribuição gratuita de cinco mil exemplares nas residências do bairro Jardim do Salso, que possui 4.387 moradores e 1.488 domicílios particulares. O jornal era comercializado a R$ 5,00 o cm/col de todas as páginas e o custo industrial (fotolito e impressão), feito na gráfica do Jornal do Comércio, era de R$ 310,00.
No ano de 1995, quando já circulavam 21 jornais de bairro, surgem mais 15 em di-ferentes pontos da capital gaúcha. Cláudio Somacal, que havia lançado o Jornal do Salso um ano antes, investe no gênero e funda mais quatro jornais: Jornal Partenon Centro, Jornal da Vila Jardim, Jornal Bairro J. Botânico e Jornal Petrópolis. Todos com quatro pá-ginas, periodicidade mensal, distribuição gratuita, formato tablóide e comercializados a R$ 5,00 o cm/col. Somente continua circulando o jornal Bairro J. Botânico e, ocasionalmente, o Parteno Centro.
O Jornal Partenon Centro foi lançado com uma tiragem de 8.000 exemplares e cir-cula no bairro Partenon, onde vivem 45.592 pessoas em 13.928 moradias. O Jornal da Vila Jardim tinha uma tiragem de 5.000 exemplares e circulava no bairro Vila Jardim. O Jornal Bairro J. Botânico circula com 5.000 exemplares no bairro Jardim Botânico.
O Jornal Petrópolis tinha uma tiragem de 6.000 exemplares e circulava no bairro Petrópolis, onde existem 35.369 moradores e 12.520 residências particulares.
No mesmo ano surge O Gazeta, fundado por Dirceu Garcia, com o propósito de circular na zona norte de Porto Alegre, constituída por 290 mil moradores. O Gazeta cir-culou quinzenalmente até 1997, com 12 páginas e uma tiragem de 5.000 exemplares, dis-tribuídos em pontos comerciais da região. Antes de fechar, contou com um jornalista e um estudante da área para sua produção. O formato era tablóide e o cm/col da página inde-terminada era comercializado a R$ 8,00.
O Já Moinhos, de Elmar Bonis da Costa, surge em setembro de 1995, com oito pá-ginas, formato standard, periodicidade quinzenal e tiragem de 10 mil exemplares, distribu-ídos gratuitamente no bairro Moinhos de Vento, que conta com uma população de 7.629 habitantes e 2.862 moradias. A distribuição atingia bairros vizinhos. Em 1998 foi fundido com os demais jornais da empresa Já Editores.
O cm/col do Já Moinhos era comercializado a R$ 10,70 e impresso em duas cores (capa e contracapa). Para sua produção editorial contava com seis jornalistas que traba-lhavam para a empresa Já Editores.
Também, no mesmo ano, surge o Rua da Praia, fundado por três jornalistas: João Carneiro, Vítor Ortiz e Celso Schöreder. Comercializado a R$ 10,00 o cm/col, o Rua da Praia, que deixou de circular em 1997, tinha formato tablóide, periodicidade mensal, im-presso com quatro cores na capa e contracapa, 600 assinantes e distribuição gratuita no centro de Porto Alegre. Sua tiragem era de 7.000 exemplares.
Por iniciativa de três estudantes de comunicação Diego Silveira, Carlos Wenneri-chs e Carlos Zorz , em 1995 surgiu o Mundo Moinhos com 12 páginas, impresso em qua-tro cores na capa e contracapa, mensal, tablóide, tiragem de 10 mil exemplares, distribuí-dos gratuitamente no bairro Moinhos de Vento. O espaço publicitário era comercializado a R$ 7,00 o cm/col da página indeterminada. Em 1997 deixou de circular.
No mesmo ano aparecem, ainda, os jornais Folha 3, Entre Ruas, Nosso Bairro, Gazeta Moinhos Independência, Correio Leopoldinense, Boa Vizinhança e Jornal do Con-do.
O Folha 3, em circulação até hoje, foi fundado pelos jornalistas Roberto Lopes Cor-rêa Gomes e Tânia Bampi. Com 12 páginas, duas cores (preto e verde), tablóide e men-sal, o jornal circula nos bairros Três Figueiras e Chácara das Pedras. As duas áreas são compostas por 10.441 moradores e 2.937 residências particulares. A tiragem do jornal é de 8.000 exemplares, entregues pelos proprietários nos domicílios dos moradores. Hoje, o Folha 3 é impresso em quatro cores na capa, contracapa e central.
O espaço publicitário do Folha 3 era comercializado a R$ 8,91 o cm/col da página indeterminada (atualmente passou para R$ 10,00). A distribuição conta, até hoje, com a contratação de alguns meninos dos dois bairros, que recebem R$ 20,00 por dia de traba-lho, mais alimentação.
Quinzenário com oito páginas, o Entre Ruas foi fundado por Sérgio Schieffer Bec-ker e deixou de circular em 1997. Sua tiragem era de 3.000 exemplares, distribuídos gra-tuitamente nas residências do bairro Bela Vista, que possui 8.917 moradores e 2.966 do-micílios particulares. Seu cm/col era comercializado a R$ 2,36 em páginas indetermina-das. Sua produção era feita na residência do fundador, com a participação de um colabo-rador.
Nosso Bairro, em circulação até hoje, é um jornal da Empresa Arcoíris Eventos, Promoções e Produções Ltda., com oito páginas, mensal, uma cor, 8.000 exemplares dis-tribuídos em pontos comerciais e em alguns domicílios dos bairros Santana, Azenha, Ci-dade Baixa e Santa Cecília. O cm/col da página indeterminada era comercializado a R$ 4,00 até 1997 e a produção do jornal é feita até hoje por um jornalista. O cm/col passou em 1999 para R$ 7,00.
O mensário Gazeta Moinhos Independência foi fundado pela empresa Grão Comu-nicação Editora para circular nos bairros Moinhos de Vento e Independência. Três mil e-xemplares são distribuídos gratuitamente entre os pontos comerciais e residenciais da região.
Em 1998, passou a chamar-se Gazeta Moinhos e está em circulação até hoje. Sua tiragem atual está em torno de 5 mil exemplares. Uma jornalista é responsável pelo perió-dico, comercializado a R$ 9,00 o cm/col da página indeterminada. Seu formato é tablóide, impressão quatro cores (a partir do primeiro semestre de 1999), oito páginas.
O Correio Leopoldinense, fechado em 1997, era um mensário, com 12 páginas, 8.000 exemplares de tiragem , tablóide, uma cor e circulava em pontos comerciais do bairro Ruben Berta, que possui 75.779 moradores e 21.762 residências. O jornal não pos-suía tabela de preço, mas, em média, considerando os valores cobrados para espaços relativos a um cartão de visita, seu cm/col era comercializado a R$ 3,00.
Boa Vizinhança surgiu por iniciativa de Marcelo Kunzler, um professor de Educação Física, que buscou a colaboração de duas jornalistas para produção do mensário, que fechou em 1998. Tablóide, 12 páginas, circulou nas casas comerciais do bairro Cidade Baixa. Esse periódico também não possuía tabela de preços, mas, em média, era comer-cializado a R$ 4,37 o cm/col da página indeterminada. Sua tiragem era de 5.000 exem-plares.
O Jornal do Condo, fechado em 1997, tinha uma proposta um pouco diferenciada dos demais jornais de bairro. Fundado por Sidney Silva Aparecido, sua distribuição era feita em alguns condomínios de Porto Alegre. Com uma tiragem de cinco mil exemplares, o Jornal do Condo era produzido mensalmente, com oito páginas, uma cor, formato ta-blóide e distribuído gratuitamente. O cm/col era comercializado a R$ 8,40 em páginas in-determinadas.
Em 1996, surgiram mais cinco jornais de bairro, por iniciativa de jornalistas que já haviam lançado outros periódicos do gênero. São eles: Já Cidade Baixa, Já Petrópolis, Mundo Petrópolis, Jornal Teresópolis e Jornal Vila do IAPI.
O Já Cidade Baixa e Já Petrópolis, do jornalista Elmar Bonis da Costa têm as mesmas características, sendo que o primeiro circulou no bairro Cidade Baixa, e o segun-do, em Petrópolis. Antes da fusão dos quatro jornais da Já Editores, circularam quinze-nalmente, por menos de um ano, com oito páginas, formato standard e distribuição gratui-ta em pontos comerciais dos bairros, cada um com 10 mil exemplares. A comercialização era feita a R$ 10,70 o cm/col da página indeterminada.
O mensário Mundo Petrópolis, dos estudantes de jornalismo Diego Silveira e Car-los Wennerchs, fechado em 1997, foi lançado com quatro cores na capa e contracapa, 8 páginas, formato tablóide, tiragem 10 mil exemplares, distribuídos nos domicílios e co-mércio do bairro Petrópolis. O cm/col da página indeterminada custava R$ 7,20.
O Jornal Teresópolis e o Jornal Vila do IAPI foram fundados, a título de experiên-cia, pelo jornalista Cláudio Somacal, mas também não sobrevive-ram. O primeiro teve apenas uma edição, que circulou com uma tiragem de 5.000 exemplares, distribuídos no bairro Teresópolis, com uma população de 11.038 moradores.
O segundo, teve duas edições, de 3.000 exemplares cada, e circulou no bairro Passo da Areia, onde moram 21.650 pessoas em 7.672 residências particulares. Os dois jornais tinham formato tablóide, periodicidade mensal, quatro páginas e foram comerciali-zados a R$ 5,00 o cm/col de todas as páginas.
O Jornal do Mercado foi fundado no primeiro semestre de 1997, pelo jornalista Jo-sé Granato Goulart, e deixou de circular no segundo semestre de 1998. Este periódico circulou no centro de Porto Alegre, mensalmente, com 12 páginas, uma cor, 15.000 e-xemplares, distribuídos especialmente no Mercado Público de Porto Alegre. Contava com um jornalista formado para produção das matérias, além do fundador. O centímetro por coluna era comercializado a R$ 7,00.
A administração do jornal era feita na casa do jornalista Goulart, onde possuía tele-fone e fax. O centro tem uma população de 38.271 habitantes e 16.910 moradias.
Entre 1997 e 1999 surgiram, pelo menos, mais sete jornais de bairro, não incluídos nesta pesquisa. Todos mensais, distribuição gratuita, de propriedade de jornalistas, ta-blóides, impressos em quatro cores na capa e contracapa , em circulação até hoje. São eles: Bela Vista, Olá!Botânico, Bah!, Bah! Zona Sul, Fala, São João, Folha do Porto e Mais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os jornais de bairro, analisados através de exemplares selecionados em 1996, ca-racterizam-se pela publicação de notícias específicas sobre as principais atividades e ne-cessidades do bairro onde circulam, atividades promovidas pela Prefeitura de Porto Ale-gre, e assuntos genéricos.
Segundo o estatuto da Associação dos Jornais de Bairro de Porto Alegre, criada em dezembro de 1997, tendo atualmente onze sócios, considera-se jornal de bairro

“aquele que pratica um jornalismo comunitário, através da divulga-ção de matérias informativas e opinativas de interesse geral da população de um ou mais bairros da cidade. Os principais objetivos de um Jornal de Bairro são: contribuir para formação de opinião, educar, auxiliar no cres-cimento da qualidade de vida dos moradores do bairro, defender os inte-resses dos cidadãos que residem no bairro onde circula, com indepen-dência e autonomia editorial, e apoiar eventos promovidos pelas comuni-dades, associações de bairro, entidades, fundações e governos, entre ou-tras entidades, quando procurados e desde que visem o bem geral da po-pulação.
Não se considera jornal de bairro os jornais segmentados, ou seja, aqueles que não dão cobertura jornalística ampla ao bairro, abordando todos os segmentos da sociedade, nem aqueles voltados para um público específico, não abrangendo a totalidade de moradores de um ou mais bairros determinados, nem aqueles que possuam periodicidade diferente da diária, trissemanária, bissemanária, semanária, quinzenária e mensal. Ficarão excluídos da entidade os jornais que circularem com mais de 50% da área útil de cada edição com anúncios, propaganda e publicidade”.

No ano de 1997, a administração de Porto Alegre deu um importante apoio eco-nômico a esse segmento, definindo uma política de distribuição da verba publicitária que incluiu os jornais de bairro da cidade. Sob a responsabilidade do Partido dos Trabalhado-res (PT), a prefeitura da capital gaúcha tem manifestado publicamente, através de seus líderes, o interesse em fortalecer os jornais não-diários da capital, de maneira a contribuir com a descentralização da notícia. Tal objetivo tem se revelado na prática, através do a-poio publicitário, ainda não bem definido em termos de política de mídia definitiva, e sim ocasional. Não se sabe, por exemplo, se existem critérios jornalísticos adotados para se-leção dos veículos, já que diversos jornais de bairro não recebem anúncios da Prefeitura. Por outro lado, alguns jornais que descumprem a legislação da categoria, como, por e-xemplo, não possuírem registro e jornalista responsável, são beneficiados com os anún-cios do poder público que, inacreditavelmente, anunciam em jornais clandestinos.
São características dos jornais de bairro a indefinição do número de páginas e da tiragem, pois esses periódicos dependem, a cada mês, da verba publicitária arrecadada para definirem esses dois itens. São raros os jornais de bairro que conseguem fechar con-tratos publicitários por mais de três meses, o que os torna instáveis com relação a um pro-jeto de médio e longo prazo.
O preço do cm/col de cada jornal não obedece a nenhum padrão. Os proprietários não sabem explicar por que o valor é comercializado a R$ 2,00, R$ 3,00, R$ 5,00 ou mais reais. Alguns dizem que trabalham “conforme a cara do freguês”. Outros explicam que foram obrigados a abaixar o valor porque não conseguiam comercializar a mais de R$ 5,00 o cm/col. Sabe-se, no entanto, que a maioria dos jornais não obedece o valor estipu-lado na tabela de preços. Trabalham com desconto e muitas permutas.
O Governo do Estado raramente investe em publicidade nesse segmento da im-prensa. Ocasionalmente, dois órgãos estaduais anunciaram nos jornais de bairro em 1997: a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) e a Companhia Rio-grandense de Telecomunicações (CRT).
No entanto, esse mesmo governo, através do Banco do Estado do Rio Grande do Sul, da CEEE e da CRT, “por razões desconhecidas”, no ano de 1997, anunciou intensi-vamente em apenas um dos jornais de bairro, o Oi!, do Menino Deus, investindo, por edi-ção, de três a quatro anúncios de página inteira.
Também em decorrência da indefinição da receita mensal, a grande maioria dos jornais de bairro não realiza a distribuição do jornal de maneira adequada. Eles circulam basicamente nos pontos comerciais dos bairros, tais como: associações, supermercados, padarias, farmácias, clubes, escolas, lojas, academias, etc.
Essa estratégia prejudica a maior participação e envolvimento dos leitores na políti-ca editorial, pois observa-se que os jornais que circulam com entrega domiciliar têm maior respaldo da comunidade. É o caso dos jornais Oi!, Folha 3 e O Cristóvão. Esta estratégia, no entanto, não impediu o fechamento de diversos jornais com distribuição residencial.
A distribuição em pontos comerciais também dificulta a identificação do perfil do lei-tor e da realização de pesquisa com o mesmo. Destacamos, ainda, que a quase totalida-de dos jornais de bairro de Porto Alegre não circulam nos meses de janeiro e fevereiro porque, nesse período, o comércio não anuncia. Neles, boa parte da população consumi-dora migra para cidades litorâneas.
De maneira geral, é possível afirmar que os releases são bastante utilizados pelos jornais de bairro, destacando-se o material produzido pela Assessoria de Imprensa da Prefeitura Municipal. Também são bastante prestigiados pelos jornais o Serviço Social do Comércio (SESC) e o Serviço Social da Indústria (SESI), especialmente porque suas as-sessorias de imprensa realizam um trabalho intenso junto a este segmento.
Também recebe bastante apoio dos jornais de bairro os acontecimentos que envol-vem a área cultural, especialmente a música e a literatura. Infelizmente, muitas assessori-as de imprensa ainda não despertaram para essa realidade e não incluem em suas listas de divulgação os jornais de bairro. Lutam, apenas, pela publicação de seus releases na imprensa diária.
Do ponto de vista administrativo, de maneira geral esse segmento é bastante de-sorganizado. A maioria dos jornais não foi registrada no Cartório de Registros Especiais, como determina a lei, por desconhecimento da mesma. També é uma característica dos jornais de bairro de Porto Alegre a periodicidade irregular e o fechamento temporário de vários impressos. A atualização deste setor deve ser feita, pelo menos, a cada três me-ses. Nesse período muitos podem fechar, muitos podem abrir e muitos podem voltar a circular. Mudanças de endereços e telefones também são contantes e comuns .
Os Jornais de Bairro de Porto Alegre têm autonomia e independência editorial em relação ao governo do Estado e aos órgãos públicos e privados, porém não as usam por falta de condições econômicas. Ou seja, falta jornalista para realizar reportagens de peso, a exemplo do que fez o jornal Oi!, em 1995 e 1996.
A mesma independência não se observa em relação à Prefeitura de Porto Alegre. Porque sua verba publicitária está pulverizada entre cerca de 50 jornais comunitários (a maioria não é jornal de bairro), os jornais, salvo raras exceções, evitam publicar matérias que possam descontentar o Executivo Municipal. Além disso, atendem a qualquer pedido para divulgação de relises oriundos da Comunicação Social da Prefeitura.
Outra característica desse segmento é não ter êxito em campanhas de assinatura do jornal. Os leitores demonstram apreço pelas publicações, elogiam, pedem que conti-nuem, mas, conforme pesquisa, não pagariam a assinatura do jornal para tê-lo em casa .
Todos os jornais de bairro trabalham com a entrega gratuita residencial ou em pon-tos comerciais e locais de alta movimentação, como praças e clubes. A quase totalidade dos proprietários não possui sede própria. A administração dos jornais e produção são feitas nas suas casas. Todos possuem computadores de última geração e utilizam os programas Page Maker, para editoração eletrônica, e o World, para produção de textos.
Vinte e um jornais foram fundados por jornalistas e 22 por pessoas que provêm de outras atividades, especialmente vendas. No total, os 43 jornais empregam 21 jornalistas como free-lanceres. Em 27 jornais, as notícias publicadas são releases de assessorias de imprensa de órgãos públicos, especialmente da Prefeitura de Porto Alegre. Vinte e oito periódicos realizam reportagens junto à comunidade onde circulam. Vinte e três jornais trabalham em cooperação com as Associações de Moradores e 20, não. Todos eles, no entanto, procuram dar destaque aos acontecimentos do bairro.
Em média, a tiragem dos jornais de bairro é de 5.126. Se não considerarmos o jor-nal Oi!, que distribui 22.000 exemplares, a média cai para 4.614 exemplares. Mais da me-tade dos jornais surgiu a partir do ano de 1995.


2.4 TABELAS

TABELA 1

FORMATO DOS JORNAIS DE BAIRRO

Nome Jornal Formato Nome Jornal Formato
Oi! Menino Deus Tablóide Jornal do Salso Tablóide
Humaitá Tablóide O Gazeta Tablóide
Cidade Norte Tablóide Já Moinhos Standard
O Cristóvão Tablóide Rua da Praia Tablóide
Jardim Floresta Tablóide Mundo Moinhos Tablóide
Alto Petrópolis Tablóide Jornal do Condo Tablóide
O Jornalecão Tablóide Correio Leopoldinense Tablóide
Já Bonfim Standard Gazeta Moinhos Independência Tablóide
CS Zona Sul Tablóide Folha 3 Tablóide
A Palavra do Bairro Tablóide Nosso Bairro Tablóide
Distrito Tablóide Entre Ruas Tablóide
Menino Deus Assamed Tablóide Jornal Partenon Centro Tablóide
Cidade Baixa Tablóide Jornal Jardim Botânico Tablóide
Destak Tablóide Jornal Petrópolis Tablóide
O Bairro Tablóide Boa Vizinhança Tablóide
Norte Notícias Tablóide Já Cidade Baixa Standard
Zona Norte Tablóide Já Petrópolis Standard
Jornal Azenha Tablóide Mundo Petrópolis Tablóide
O Farol Tablóide Jornal Teresópolis Tablóide
Jornal do Bairro Tablóide Jornal Vila do IAPI Tablóide
Taí Porto Alegre Tablóide Jornal do Mercado Tablóide


TABELA 2

CARACTERÍSTICAS GERAIS DE 43 JORNAIS DE BAIRRO


NOME DO JORNAL
PERIODICIDADE ANO FUNDAÇÃO Nº DE PÁGINAS TIRAGEM PREÇO CM/COL
(R$) - 1996
Oi! Menino Deus Mensal 1983 20 22.000 15,25
Humaitá Mensal 1984 8 5.000 5,00
Cidade Norte Semanal 1984 12 15.000 5,00
O Cristóvão Mensal 1986 8 10.000 6,85
Jardim Floresta Bimestral 1986 4 2.000 - 1,00
Alto Petrópolis Mensal 1987 12 6.000 4,00
O Jornalecão Mensal 1987 16 18.000 8,00
Já Bonfim Quinzenal 1988 8 10.000 10,70
CS Zona Sul Quinzenal 1989 16 15.000 7,00
A Palavra do Bairro Mensal 1990 12 8.000 1,30
4º Distrito Mensal 1990 12 10.000 8,00
Menino Deus Assamed Mensal 1990 8 15.000 3,00
Cidade Baixa Mensal 1992 12 2.000 5,00
Destak Mensal 1992 12 4.000 5,00
O Bairro Mensal 1992 8 4.000 3,90
Norte Notícias Mensal 1993 12 12.000 4,00
Zona Norte Semanal 1993 12 7.000 7,00
Jornal Azenha Mensal 1993 12 5.000 5,00
O Farol Mensal 1994 16 6.000 8,00
Jornal do Bairro Mensal 1994 12 10.000 3,00
Taí Porto Alegre Mensal 1994 8 3.000 3,00
Jornal do Salso Mensal 1994 4 5.000 5,00
O Gazeta Quinzenal 1995 12 5.000 8,00
Já Moinhos Quinzenal 1995 8 10.000 10,70
Rua da Praia Mensal 1995 16 7.000 10,00
Mundo Moinhos Mensal 1995 12 10.000 7,00
Jornal do Condo Mensal 1995 8 5.000 8,40
Correio Leopoldinense Mensal 1995 12 8.000 3,00
Gazeta Moinhos Independência Mensal 1995 8 3.000 9,00
Folha 3 Mensal 1995 12 8.000 8,91
Nosso Bairro Mensal 1995 8 8.000 4,00
Entre Ruas Quinzenal 1995 8 3.000 2,36
Jornal Partenon Centro Mensal 1995 8 8.000 5,00
Jornal da Vila Jardim Mensal 1995 4 5.000 5,00
Jornal Bairro J. Botânico Mensal 1995 8 5.000 5,00
Jornal Petrópolis Mensal 1995 4 6.000 5,00
Boa Vizinhança Mensal 1995 12 5.000 4,37
Já Cidade Baixa Quinzenal 1996 8 10.000 10,70
Já Petrópolis Quinzenal 1996 8 10.000 10,70
Mundo Petrópolis Mensal 1996 8 10.000 7,20
Jornal Teresópolis Mensal 1996 4 5.000 5,00
Jornal Vila do IAPI Mensal 1996 4 4.000 5,00
Jornal do Mercado Mensal 1997 12 15.000 7,00
MÉDIAS MENSAL - 10 5.126 6,17


TABELA 3

CARACTERÍSTICAS DE PRODUÇÃO

NOME DO JORNAL
PROPRIETÁRIOSOU DIRETORES COM DIPLOMA EM JORNALISMO Nº DE CONTRATADOS COMO FREE- LANCER PRODUZEM REPORTAGENS EM TODAS A EDIÇÕES PREDOMINAM NOTAS, RELISES E ARTIGOS OPINATIVOS NO JORNAL INTERAGE COM A ASSOCIAÇÃO DO BAIRRO OU COM A COMUNIDADE
Oi! Menino Deus X 3 X - X
Humaitá - - - X X
Cidade Norte X 1 - X X
O Cristóvão X - X - X
Jardim Floresta - - - X X
Alto Petrópolis X - - X X
O Jornalecão - - X - X
Já Bonfim X 3 X - X
CS Zona Sul - 3 - X -
A Palavra do Bairro - - - - X
4º Distrito - - - X X
Menino Deus Assamed - 1 X - X
Cidade Baixa - - - X -
Destak - - - X -
O Bairro - - - X -
Norte Notícias - - - X -
Zona Norte - - - X -
Jornal Azenha X - - X -
O Farol - 1 - X X
Jornal do Bairro - - - X -
Taí Porto Alegre - - - X -
Jornal do Salso X - - X -
O Gazeta - 1 - X -
Já Moinhos X 3 X - X
Rua da Praia X 3 X - X
Mundo Moinhos - - X - X
Jornal do Condo - - - X X
Correio Leopoldinense - - - X X
Gazeta Moinhos Independência - 1 - X -
Folha 3 X - X - X
Nosso Bairro X 1 - X X
Entre Ruas - - - X -
Jornal Partenon Centro X - - X -
Jornal da Vila Jardim X - - X -
Jornal Bairro J. Botânico X - - X -
Jornal Petrópolis X - - X -
Boa Vizinhança X 2 X - -
Já Cidade Baixa X 3 - - X
Já Petrópolis X 3 X - X
Mundo Petrópolis - - X - X
Jornal Teresópolis X - - X -
Jornal Vila do IAPI X - - X -
Jornal do Mercado X - X - X

TOTAL 21 JORNAIS SOB O COMANDO DE JORNALISTAS SEGMENTO EMPREGA 20 FREE- LANCERES 13 JORNAIS REALIZAM REPORTAGENSMENSAIS
EM 28 JORNAIS PREDOMINAM RELEASES, ARTIGOS E NOTAS 23 JORNAIS INTERAGEM COM OS MORADORES


TABELA 4


JORNAIS COM CIRCULAÇÃO INITERRUPTA ATÉ JULHO/1999
NOME DO JORNAL OBSERVAÇÕES
Já Fusão de quatro jornais
Oi! -
O Gazeta -
Cidade Norte Passou de semanal para mensal
O Cristóvão -
Gazeta Moinhos Independência Novo nome: Gazeta Moinhos
Alto Petrópolis -
O Jornalecão -
Folha 3 -
CS Zona Sul -
Nosso Bairro -
Jornal Bairro J. Botânico -
Destak -
Zona Norte Passou de semanal para mensal
Jornal Azenha Periodicidade irregular
TOTAL 15




TABELA 5
JORNAIS DE BAIRRO DE PORTO ALEGRE SURGIDOS NO PERÍODO DE 1983 A 1999

NOME DO JORNAL
PERIODICIDADE ANO FUNDAÇÃO Nº DE PÁGINAS TIRAGEM SITUAÇÃO ATUAL
(1999)
Oi! Mensal 1983 20 22.000 Circulando
Humaitá Mensal 1984 8 5.000 Fechado
Cidade Norte Semanal 1984 12 15.000 Circulando
O Cristóvão Mensal 1986 8 10.000 Circulando
Jardim Floresta Bimestral 1986 4 2.000 Fechado
Alto Petrópolis Mensal 1987 12 6.000 Circulando
O Jornalecão Mensal 1987 16 18.000 Circulando
Já Bom Fim Quinzenal 1988 8 10.000 Fechado
CS Zona Sul Quinzenal 1989 16 15.000 Circulando
A Palavra do Bairro Mensal 1990 12 8.000 Fechado
4º Distrito Mensal 1990 12 10.000 Fechado
Menino Deus Assamed Mensal 1990 8 15.000 Irregular
Cidade Baixa Mensal 1992 12 2.000 Fechado
Destak Mensal 1992 12 5.000 Circulando
O Bairro Mensal 1992 8 4.000 Fechado
Norte Notícias Mensal 1993 12 12.000 Fechado
Jornal Azenha Mensal 1993 12 5.000 Circulando
O Farol Mensal 1994 16 6.000 Fechado
Farol Restinga Mensal 1998 8 6.000 Fechado
Jornal do Bairro Mensal 1994 12 10.000 Fechado
Taí Porto Alegre Mensal 1994 8 3.000 Fechado
Jornal do Salso Mensal 1994 4 5.000 Fechado
O Gazeta Quinzenal 1995 12 5.000 Fechado
Já Moinhos Quinzenal 1995 8 10.000 Fechado
Rua da Praia Mensal 1995 16 7.000 Fechado
Mundo Moinhos Mensal 1995 12 10.000 Fechado
Jornal do Condo Mensal 1995 8 5.000 Fechado
Correio Leopoldinense Mensal 1995 12 8.000 Fechado
Gazeta Moinhos Mensal 1995 8 3.000 Circulando
Folha 3 Mensal 1995 12 8.000 Circulando
Nosso Bairro Mensal 1995 8 8.000 Circulando
Entre Ruas Quinzenal 1995 8 3.000 Fechado
Jornal Partenon Centro Mensal 1995 8 8.000 Irregular
Jornal da Vila Jardim Mensal 1995 4 5.000 Fechado
Jornal J. Botânico Mensal 1995 8 8.000 Circulando
Jornal Petrópolis Mensal 1995 4 6.000 Fechado
Boa Vizinhança Mensal 1995 12 5.000 Fechado
Já Cidade Baixa Quinzenal 1996 8 10.000 Fehado
Já Petrópolis Quinzenal 1996 8 10.000 Fechado
Mundo Petrópolis Mensal 1996 8 10.000 Fechado
Jornal Teresópolis Mensal 1996 4 5.000 Fechado
Jornal Vila do IAPI Mensal 1996 4 4.000 Fechado
Jornal do Mercado Mensal 1997 12 15.000 Fechado
Bah! Mensal 1998 8 15.000 Fechado
Bah! Zona Sul Mensal 1998 8 7.000 Fechado
Fala, São João Mensal 1999 8 10.000 Circulando
Bela Vista Mensal 1997 8 7.000 Circulando
Olá! Botânico Mensal 1998 8 5.000 Circulando
Mais Mensal 1999 12 3.000 Circulando
Folha do Porto Mensal 1998 8 10.000 Circulando
Já Quinzenal 1999 8 15.000 Circulando


Número total de jornais: 51

Número de jornais com circulação initerrupta: 18

Número de jornais fechados temporariamente: 31

TABELA 6



CONTAGEM POPULACIONAL – 1996 – BAIRROS DE PORTO ALEGRE ONDE CIRCULAM JORNAIS DE BAIRRO
NOME DO BAIRRO POPULAÇÃO Nº DE RESIDÊNCIAS
Anchieta 204 62
Auxiliadora 10.123 3.785
Azenha 14.457 5.371
Bela Vista 8.917 2.966
Belém Velho 6.713 1.860
Belém Novo 13.135 3.766
Bonfim 11.007 4.666
Camaquã 21.820 6.787
Cavalhada 19.522 6.171
Centro 38.271 16.910
Chácara das Pedras 6.328 1.879
Cidade Baixa 17.301 7.706
Cristal 21.222 6.463
Cristo Redentor 15.016 5.280
Espírito Santo 5.454 1.544
Farrapos 15.312 4.321
Farroupilha 1.240 456
Floresta 23.390 8.819
Glória 8.486 2.647
Guarujá 2.387 689
Higienópolis 9.419 3.394
Hípica 8.330 2.238
Humaitá 10.771 3.421
Independência 7.251 2.918
Ipanema 14.612 4.044
Jardim Botânico 11.424 3.934
Jardim do Salso 4.387 1.488
Jardim Itu-Sabará 35.334 10.603
Jardim Lindóia 7.163 2.319
Lami 3.658 1.086
Medianeira 12.192 3.875
Menino Deus 28.396 10.400
Moinhos de Vento 7.629 2.862
Mont Serrat 10.026 3.600
Navegantes 5.174 1.812
Nonoai 31.286 9.002
Partenon 45.592 13.928
Passo da Areia 21.650 7.672
Petrópolis 35.369 12.520
Praia de Belas 1.956 768
Restinga 40.490 10.509
Rio Branco 19.953 7.407
Rubem Berta 75.779 21.762
Santa Cecília 7.036 2.487
Santa Maria Goretti 4.230 1.394
Santa Teresa 41.961 11.184
Santana 21.853 8.055
Santo Antonio 14.323 4.826
São Geraldo 4.816 1.664
São João 10.237 3.660
Teresópolis 11.038 3.265
Três Figueiras 4.113 1.058
Tristeza 14.715 4.705
Vila Assunção 4.494 1.259
Vila Ipiranga 20.912 7.231
Vila Jardim 9.351 2.649
Vila Nova 31.452 9.204



BIBLIOGRAFIA


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